
Por Jeferson Valadares (*)
Em 2024, a indústria de videojogos consolidou-se como um dos setores mais vibrantes e inovadores, com Portugal a destacar-se no panorama global. O ano foi marcado por eventos significativos, novos lançamentos e um crescente reconhecimento dos estúdios portugueses, que continuam a demonstrar resiliência e criatividade.
Um dos momentos altos foi a participação de Portugal na Gamescom, em Colónia, onde o Pavilhão Português, apoiado pelo consórcio eGames Lab, reuniu mais de 20 estúdios nacionais. O evento atraiu cerca de 335 mil visitantes, consolidando a presença de Portugal no maior evento de videojogos da Europa. Além disso, a GDC em São Francisco contou com uma forte delegação portuguesa, promovendo títulos inovadores e estabelecendo parcerias internacionais.
Os estúdios independentes portugueses brilharam em 2024. Jogos como Beneath da Camel 101 (Steam) e Little Goody Two Shoes da Astral Shift Pro (Steam) receberam elogios pela sua qualidade visual e narrativa. A Indie X, em Lisboa, premiou Floaty Lands da Digitality Games como o melhor jogo português do ano, enquanto Townseek da Whales And Games venceu no DevGAMM Awards, realizado em Cascais.
Para 2025, a expectativa é alta com novos lançamentos, incluindo ARC Seed da Massive Galaxy Studios (Steam) e Hanno da One Way Eleven (Steam). No segmento AAA, Dune: Awakening da Funcom (Steam), com contributos da equipa de Lisboa, é um dos títulos mais aguardados. Estes projetos refletem a diversidade e o talento da indústria portuguesa.
O ano de 2024 também trouxe avanços estruturais. A abertura do Studio Ellipsis da FunPlus em Lisboa e do novo estúdio da PTW em Braga reforçam o ecossistema local. O Gaming Hub da Unicorn Factory Lisboa consolidou-se como um ponto de encontro para a comunidade, promovendo colaboração e inovação.
A nível global, a indústria enfrenta desafios e oportunidades. A adoção de inteligência artificial generativa está a transformar a produção de jogos, enquanto a consolidação de grandes editoras levanta preocupações sobre a sustentabilidade de pequenos estúdios. Em Portugal, a regulamentação, como o Digital Markets Act e o Artificial Intelligence Act da União Europeia, começa a moldar o setor, exigindo políticas públicas alinhadas com as melhores práticas europeias.
Olhando para 2025, espera-se um crescimento no uso de videojogos como ferramentas de marketing por marcas globais, a expansão de conteúdos gerados por utilizadores em plataformas como Roblox e Fortnite, e o surgimento de novos títulos inovadores. Estes desenvolvimentos reforçam o papel dos videojogos como motor económico e cultural em Portugal.
Jogo Responsável
A prática de videojogos deve ser uma experiência
divertida e equilibrada. A APVP promove os princípios
do jogo responsável, incentivando os jogadores a
estabelecer limites de tempo e orçamento, a priorizar
o bem-estar mental e a evitar o uso excessivo. Para os
mais jovens, é essencial o acompanhamento parental e a
utilização de ferramentas de controlo de acesso. Os
estúdios portugueses estão comprometidos em criar
conteúdos éticos, promovendo ambientes de jogo
saudáveis e inclusivos.
(*) presidente da Associação Portuguesa de Videojogos (APVP)
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